500 km depois, chegamos à Santiago de Compostela pela segunda vez. As coisas continuam iguais - até as reformas na Catedral- e eu saí com mais perguntas do que respostas.
Por Fernando Jácomo,
No dia 17 de Fevereiro de 2018 completávamos mais uma peregrinação até Santiago de Compostela. Diferente de 2015 onde tivemos que enfrentar algumas desventuras - nos obrigando a mudar os planos durante o caminho - em 2018 estávamos um pouco mais preparados... só que não!
Foram 20 dias de caminhada em aproximadamente 500km de Burgos até Santiago, onde tivemos que lidar com o cansaço, peregrinos barulhentos, muita chuva, neve, frio, lugares fechados, roncos coletivos no albergue, falta de água, falta de calefação... mas foi ótimo. Nossa chegada até Santiago foi a concretização de um sonho mal resolvido de 2015 e que de fato estava sendo selado. Enfim concluímos nossa jornada. Yey!!!
Assim como dois anos atrás, saímos bem cedo, o sol estava longe de aparecer e como em um Déjà vu, nossa cabeça estava inquieta e refletindo sobre todo o caminho. A caminhada pela escura floresta foi feita de forma mais calma e consciente. A chegada em Santiago foi mais tranquila e no final do caminhar, estávamos sorridente - nem parecia que meu dedinho estava do tamanho do dedão.
Pelo fato de ser a segunda vez, era a sensação de que estávamos voltando para casa, prontos para descansar finalmente.
Tudo continua igual: a gaita de fole tocando o dia todo, as reformas na catedral, o abraço na imagem do Santo Apóstolo, a visita ao seu túmulo e as ruazinhas cheias de movimento. Diferente da outra vez, dessa vez teve botafumero, abençoando nossa chegada (ou espantando o cheiro de cc dos peregrinos ali), marcando a conclusão de mais um caminho.
Eu estava diferente - desempregado - estava cheio de disposição pois dali 2 meses faria a primeira maratona da minha vida (sim, essas de 42 km). Achei que estivesse preparado, mas não foi bem assim... ok, isso é outra história. O que importa é que deu para refletir muito sobre o momento em que vivemos. Tanta desunião, tantas brigas, tanta maldade...
Não que tenha chegado em alguma conclusão. "À Santiago se vai mas nunca se chega". Pois é! E em Santiago mais uma vez fomos mas não encontramos todas respostas. Na verdade saímos de lá com mais perguntas.
Por isso a recomendação que tenho para seu primeiro, segundo ou décimo caminho é: não se cobre demais. Talvez quando chegar lá tenha aprendido um monte de coisas, mas ao sair terá muitas questões pendentes... ou talvez não... só não se cobre demais. Aprecie um bom vinho e aproveite o caminho!
Ah, convido-os para assistirem aos ossos vídeos sobre Santiago!
Antes de Santiago
Como fica nossa cabeça antes de Santiago? Quem somos nós diante de dessa longa jornada de tantos passos e tantos dias? Confira nossa pequena retrospectiva sob uma nova visão: quem éramos nós, antes do caminho? E não percam: semana que vem, tem nossa chegada em Santiago.
Discutindo mitos na chegada à Santiago
Como sempre a reflexão não foi deixada de lado e aproveitamos para encarar alguns mitos que enfrentamos em nossa vida até nossa chegada à Santiago de Compostela.
Primeiras Horas em Santiago
Há um rito para todo peregrino quando chega à Santiago: passar na oficina do peregrino, assistir à missa do meio-dia, abraçar a imagem de Santiago e visitar seu túmulo. Assim foi conosco em nossa chegada à Santiago, após caminharmos em nosso último trajeto em nossa última reflexão.
Nas Esquinas de Santiago
Em cada esquina, pode-se encontrar o amor de sua vida. Porém quando menos perceber, notará que o amor de sua vida é você mesmo. Na verdade, em cada esquina de Santiago, poderá encontrar-te consigo mesmo. Poesia e aventuras pelo caminho de Santiago.
Obrigado!
Enfim chegamos na reta final dessa temporada do Caminho de Santiago e queremos agradecer à todos que nos acompanharam até aqui com um vídeo um pouco diferente caminho. Espero que gostem da música. Nas próximas semanas tem um pouquinho de Madri. Fiquem ligados pois faremos um balanço do caminho de 2018. Buen Camino!
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