Como a crítica acalorada da mídia sobre Jar Jar Binks quase acabou com a vida do ator por trás do personagem.
Por Fernando Jácomo,
Por Fernando Jácomo,
Fãs tóxicos são um problema complicado e algo precisa ser feito. Obviamente que a liberdade de expressão é plena e a crítica sobre as obras, produtos, marcas e quaisquer outros objetos artísticos e comerciais merecem ser feita.
E raios! Em um mundo cada vez mais neoliberal, é comum ainda a presença de "mecenas atualizados" e disfarçados de bancos, indústrias e até ONGS onde nada sai de graça e muito se ganha. É a realidade de nosso mundo, nós concordando ou não. O entretenimento é uma forma de consumo lucrativo e enquanto o produto pop continuar dando dinheiro, ele ainda perdurará. Ninguém é tão inocente assim.
Mas...
Há uma linha tênue entre a crítica e o deboche. Uma mesma linha que separa a opinião e a falta de respeito e que por muito tempo, pessoas como eu e você podemos ter cruzado sem se importar muito.
Afinal de contas, "são pessoas públicas que estamos julgando, estão lá para isso." Por sorte, com o advento da Internet 3.0, houve uma aproximação dos tão distantes ídolos de seus fãs. Pessoas normais passaram a fazer sucesso e a opinião pode ser ouvida por todos... e que belo desastre!
Textão no facebook - Todo mundo tem uma opinião e o que era para ser um palco para discussão e formulação de ideias passou a ser um monólogo de opiniões.
Recentemente, o ator Ahmed Best veio a público em sua rede social e soltou um desabafo que aparentemente estava guardado há 20 anos. O ator havia interpretado o criticado Jar Jar Binks na trilogia "nova" de Star Wars e disse: "No ano que vem, serão 20 anos desde que enfrentei críticas negativas da mídia que ainda afetam minha carreira. Este foi o lugar onde quase acabei com a minha vida. Ainda é difícil falar sobre isso. Eu sobrevivi e agora esse carinha é meu presente para sobreviver. Esta seria uma boa história para o meu show solo? Me avisem.".
20 years next year I faced a media backlash that still affects my career today. This was the place I almost ended my life. It’s still hard to talk about. I survived and now this little guy is my gift for survival. Would this be a good story for my solo show? Lemme know. pic.twitter.com/NvVnImoJ7N— Ahmed BEst (@ahmedbest) July 3, 2018
Ahmed me desarmou na hora e engoli seco todas as críticas que havia feio a Jar Jar Binks. O texto quase suicida do ator remonta à um problema que ninguém pensa: estamos criticando seres-humanos.
Mas como fazer? Não criticamos mais Star Wars Episódio 1? Não criticamos mais Jar Jar Binks? Será que fui tão pesado assim no passado? A crítica em si possui um caráter de julgamento, seja ela construtiva ou não. Estamos lidando com produtos que consomem tempo e dinheiro das pessoas e algumas querem consumir opiniões adicionais.
Mas aí me lembrei de um fato recente onde fãs criaram uma petição para retirar "Star Wars: Os Últimos Jedi" do cânone da série. Respirei mais aliviado e concluí: "a mídia" de Ahmed muito provavelmente ainda era ainda composta por fãs tóxicos.
Fotografe o período: estamos em 1999 e um grupo de adultos, decide ver a prequel da imaculada saga de Star Wars. Esses adultos, nerds e formadores de opinião na época se deparam com o Jar Jar de Ahmed. Então a critica se inicia e Jar Jar passa a ser intragável. Talvez sem saberem, estavam sendo tóxicos. Assim como a reação atual em Star Wars: Os Últimos Jedi, Jar Jar Binks precisaria ser expurgado da mitologia de Star Wars. Há um padrão em ambas as narrativas.
A críticas foram duras demais - Obviamente que existe todo um sistema que talvez tenha falhado com Ahmed mas os fãs tóxicos são os piores e esquecem que não existe "produto imaculado", existe apenas o produto. A verdade é que se você não gostou mais, não compre mais, bola para frente! A crítica ainda é válida e necessária, porém em excesso e sem ser construtiva - sempre apontando onde melhorar e ressaltando alguns pontos fortes do material - passa a ser perseguição.
Fotografe o período: estamos em 1999 e um grupo de adultos, decide ver a prequel da imaculada saga de Star Wars. Esses adultos, nerds e formadores de opinião na época se deparam com o Jar Jar de Ahmed. Então a critica se inicia e Jar Jar passa a ser intragável. Talvez sem saberem, estavam sendo tóxicos. Assim como a reação atual em Star Wars: Os Últimos Jedi, Jar Jar Binks precisaria ser expurgado da mitologia de Star Wars. Há um padrão em ambas as narrativas.
A críticas foram duras demais - Obviamente que existe todo um sistema que talvez tenha falhado com Ahmed mas os fãs tóxicos são os piores e esquecem que não existe "produto imaculado", existe apenas o produto. A verdade é que se você não gostou mais, não compre mais, bola para frente! A crítica ainda é válida e necessária, porém em excesso e sem ser construtiva - sempre apontando onde melhorar e ressaltando alguns pontos fortes do material - passa a ser perseguição.
Talvez seja aí o ponto em que devemos atuar ... ou talvez dar mais respostas como o caso que Anitta fez há algum tempo. Quando um fã disse à ela que "queria um disco de conceito", ela então respondeu: "Tendi! Faz um!"
Quer um novo Star Wars? Entendi, então por que não faz um?
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Papo Play
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A Vaquinha e o Sucesso
O que te impede de crescer? Será que essa é a hora de você sair de sua zona de conforto? Será que o momento de conforto em que você está é aquele pelo qual sempre batalhou? Chegou a hora de ir além? Confira a analogia da Vaquinha e do Sucesso que discutimos em nosso trajeto da cidade de Ponferrada até a cidade de Villafranca Del Bierzo.
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No Alto da Cruz de Ferro
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