quinta-feira, 15 de março de 2018

Videogames são violentos? Trump acha que sim

Confira o vídeo violento que Trump divulgou na Casa Branca e a resposta dos desenvolvedores.


Há cerca de um mês na cidade de Parkland, nos Estados Unidos, 17 pessoas morreram devido à uma onda de tiroteios em uma escola do Ensino Médio. Por ver uma suposta relação entre jogos de videogame e atos violentos nessa e em outrasescolas americanas, o presidente Donald Trump se reuniu no dia com diversos criadores dos jogos e outros figurões da indústria de games.

Como manobra didática, Trump apresentou um vídeo que mostrava uma série de cenas extraídas de diversos jogos apresentando violência além do normal. O vídeo continha cenas de Call of Duty: Modern Warfare 2 (previsivelmente a fase "No Russian" que apresenta um tiroteio contra civis em um aeroporto), Wolfenstein, Dead by Daylight, Sniper Elite e Fallout 4.

Segundo o The Washington Post (via IGN), após apresentar o vídeo ele perguntou ao grupo: "Isso é violento, não?"

Confira o vídeo abaixo:



Além de Trump e outros figurões do seu governo, dentro da sala estavam presentes Strauss Zelnick, da Take-Two Interactive (publicadora de GTA), Brent Bozell da Media Research Center, Dave Grossman , escritor de "On Killing: The Psychological Cost of Learning to Kill in War and Society" (em uma tradução livre "Na matança: O custo psicológico de aprender a matar na guerra e na sociedade") e "Assassination Generation: Video Games, Aggression, and the Psychology of Killing" (em uma tradução livre: "Geração Assassina: videogames, agressão e a psicologia de matar"), Patricia Vance, Presidente da Entertainment Software Rating Board (responsável por criar as classificações etárias nos jogos), Mike Gallagher, Presidente e CEO da Entertainment Software Association (uma associação de comércio da indústria de games), Robert Altman, CEO da ZeniMax Media (empresa por trás da Bethesda Softworks de Skyrim) e Melissa Henson, da  Parents Television Council (orgão que prega a proteção da crianças contra nudez, violência e propagandas profanas-religiosas-cristãs).

Dan Hewitt, porta-voz da ESA disse em nota que após a explanação dos problemas, eles discutiram diversos e numerosos estudos científicos mostrando que não há conexão entre videogames e violência. Disse que a Primeira Emenda (Constituição americana) e o sistema da classificação etária ajuda os pais a se informarem sobre suas escolhas de entretenimento. Por fim, concluiu: "video games não são o problema".

Segundo a CNN, a discussão chega em um momento onde o debate sobre porte de armas nos Estados Unidos volta à tona e acredita-se que discutir violência em videogames é tratar o problema de forma distante da discussão real.

A reunião terminou sem uma publicação de um plano de ação.

Uma resposta à altura

Um detalhe importante: o vídeo de Trump choca. Por esse motivo, o Games for Change decidiu fazer um vídeo-resposta intitulado "#GameOn - 88 Seconds of Video Games". Muito mais do que uma resposta, o vídeo representa toda a característica artística em torno dos videogames e serve de homenagem à todos os criadores de jogos.

Segundo a descrição do vídeo: "Depois de vermos que a Casa Branca produziu um vídeo que descrevia jogos de videogame como ultra-violentos, nos sentimos obrigados a compartilhar uma visão diferente dos jogos. Os jogos de vídeo, seus criadores inovadores e a vasta comunidade de jogadores, são muito mais do que o que está representado no vídeo da Casa Branca. Queríamos criar nossa própria versão e, ao mesmo tempo, desafiar a Casa Branca culpando os videogames em um vídeo mal-dirigido."

Confira o resultado:



Mas a discussão promete continuar, segundo o kotaku.com, depois do tiroteio em massa nos EUA, os políticos rapidamente sugeriram que jogos de vídeo violentos podem ser o culpado - especialmente se o atirador é um homem jovem. Porém concluem que jogos de vídeo violentos não fazem você um atirador em massa.

A questão é um pouco ambígua, tanto que o próprio site consultou especialistas que afirmam que não há uma relação direta e que se houvesse, o número de jogos violentos têm crescido enquanto crimes dessa natureza têm diminuído. O veículo reafirma essa pode ser uma estratégia para distanciar o debate acerca de outros assuntos com impacto direto, como a posse de armas.




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