Vamos falar de viagem. Dessa vez vamos explorar o caminho de Santiago de Compostela e a luta constante interna que ele propicia.
Nosso grupo preso em uma nevasca no Cebreiro |
Por Fernando Jácomo,
Não!
Pare para refletir: "no último ano, quantos 'NÃOs' você tem ouvido?". Reflita por 5 segundos, vamos lá, eu espero..
Foi um "Não" para uma vaga de emprego? Talvez um "Não" do chefe sobre alguma ideia? Quem sabe um "Não" para um pedido de namoro?
Mas como muitas pessoas sabem, ouvir "Não" faz parte da vida e ele pode ser libertador. Ele pode nos direcionar para novos caminhos que muitas vezes não estávamos enxergando.
E quando dizemos "Não" para nós mesmos?
Sabem os clássicos "eu NÃO consigo!" ou "Eu NÃO posso!"? Não me entenda mal, é certo que chegará alguns momentos na nossa vida em que devemos dizer "NÃO", entretanto há uma linha tênue entre decidir parar com algo e desacreditar em si mesmo.
O objetivo desse pequeno texto não se limita apenas em vender a máxima batida "acredite nos seus sonhos." Quero partir para um outro lado. Quero direcionar a discussão para a caminhada pelo caminho de Santiago Compostela que nós aqui do site (Leandro e Eu) fizemos em Janeiro de 2015.
Subida no Alto Del Perdon, nosso primeiro NÃO |
No primeiro dia e nas primeiras horas, enfrentei meu primeiro "NÃO". Lembro que estávamos ainda de bicicleta (posteriormente iríamos fazer o trajeto a pé) e havia uma subida íngreme cheia de barro até o Alto del Perdon. Não conseguia mais pedalar, o cansaço era forte e caí da bicicleta. Tentei levantá-la e ela caiu novamente. Sem perceber, disse meu primeiro: "Não dá mais!". Fazia poucas horas que havíamos iniciado. Ignoramos o comentário, levantamos a bicicleta e seguimos empurrando-a até o alto. Horas depois, consegui pedalar e chegamos em Puente La Reina.
No próximo dia, pegamos uma rajada de vento muito forte próximo à Los Arcos. No próximo, uma temperatura baixa sob forte chuva. No próximo, sem as bicicletas, apareceu a primeira bolha, dias depois ficamos presos em uma nevasca e assim se seguiu.
Eu tive oportunidades infinitas de dizer "NÃO". Tive a chance de parar, pegar o próximo trem e aproveitar os dias restantes em uma Eurotrip regada a vinho e museus. Mas não desisti. Eu não disse "NÃO".
Caminhão de Bombeiros abrindo a estrada para nós no alto do Cebreiro |
O que me motivava era a capacidade do caminho em me testar. Em me forçar em dizer "NÃO". Enquanto meu corpo podia seguir e enquanto eu tinha saúde, negar a caminhada seria o caminho mais fácil.
E essa dinâmica levo dentro de mim desde que concluí o caminho. Sempre que alguma situação me diz "NÃO", vejo a chance em refazer meus planos e dar asas para algo que não estava dando valor em minha vida. Pois ainda não fui capaz de dizer "NÃO" para meus sonhos.
E você, qual o maior NÃO precisou enfrentar em sua vida?
Fernando Jácomo, analista de sistemas com especialização em Gestão de Negócios, é estudante de História e mesmo tendo enfrentado problemas no caminho em 2015, pensa todo dia em repetir a dose.
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Temos uma playlist com diversos vídeos sobre o caminho, confira alguns vídeos:
Quem foi Santiago de Compostela?
Subindo o Cebreiro
Perguntas e Respostas sobre o caminho - Parte 1
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