Fonte: Netflix |
Anos e anos de experiência me pediram para sempre respirar fundo antes de receber um e-mail mal-criado. Esse mesmo sentimento (de raiva) também tentar ressurgir das cinzas quando discuto política social com alguma pessoa extrema. Há um risco em alimentar esse ódio: podemos destruir pontes. Porém, não fazer nada nos torna apenas bananas. É necessário gerenciar direito esse sentimento e ter muita certeza do que se diz, procurando sempre soluções que envolvam "fazer mais e falar menos". Mas, quem nunca se sentiu assim, não é?
Nas duas últimas semanas, fui tomado novamente por esse sentimento. Não por ter recebido um e-mail ou ter discutido política com alguém, mas por ter assistido à série The Keepers, na Netflix.
O documentário em questão, aborda os detalhes da morte de Catherine Cesnik, uma freira e professora que havia sido assassinada em Baltimore no início dos anos 70. A história acompanha os relatos de ex-alunos e amigos que tentam até hoje, desvendar quem matou a freira. O documentário segue um storytelling investigativo e tentar contar todos os fatos, relatos e situações, que levaram ao derradeiro assassinato da religiosa. O crime de Cathy (e também de Joyce Maleck tratado em paralelo e com menos foco), leva à um problema maior: os casos de estupros acobertados pela igreja católica.
Ouvir os relatos das pessoas que sofreram abuso, dos amigos, da Igreja e de possíveis envolvidos no crime, me trouxeram um mix de sentimentos que se resumiam em raiva. Entretanto, o sentimento foi piorado quando passei a lembrar de casos que aconteceram aqui no Brasil.
Aí você diz: "lá vem o esquerdopata!"
Imagine se você, homem, fosse estuprado por 3 outros homens e não obtivesse justiça. Isso acontece e pode acontecer com você. Pensar nisso, eleva nosso grau de empatia ao ver casos iguais e ao acompanhar a história de Cathy Cesnik nos fazendo questionar: por que diabos sempre existe algo acima da Lei?
Instituições, empresas e outros grandes poderios, dia e noite tentarão defender suas causas. Muitas vezes, não importado se isso signifique encobrir crimes.
Cabe a nós nos questionarmos e lutarmos por justiça.
Cabe a nós impedir que esse sentimento de injustiça se espalhe por meio de discursos conservadores que possam trazem mais risco à nossas vidas em cada esquina. O preconceito, o silêncio e o ódio são ingredientes que levam à diversos casos similares ao de Cathy. São elementos muitas vezes disfarçados de palavras da bíblia, de proteções à boa família ou mesmo das morais e bons costumes. Só precisamos nos questionar: isso está pautado em algum desses elementos (preconceito, silêncio ou ódio)?
Cabe a nós nos questionarmos e lutarmos por justiça.
Cabe a nós impedir que esse sentimento de injustiça se espalhe por meio de discursos conservadores que possam trazem mais risco à nossas vidas em cada esquina. O preconceito, o silêncio e o ódio são ingredientes que levam à diversos casos similares ao de Cathy. São elementos muitas vezes disfarçados de palavras da bíblia, de proteções à boa família ou mesmo das morais e bons costumes. Só precisamos nos questionar: isso está pautado em algum desses elementos (preconceito, silêncio ou ódio)?
Esse sentimento é também um chamado à ação
Para nós brasileiros ou amantes do mundo, nos resta utilizar o caso das investigações em The Keepers como modelo e brigar para que as pessoas saibam que justiça precisa ser feita.
Por fim, se quiserem ajudar no caso de Cathy, há um abaixo-assinado que pede a liberação de documentos da Igreja para auxiliar nas investigações. Clique aqui para assinar.
E Lembre-se: a culpa nunca é da vitima.
The Keepers, está disponível na Netflix e conta com 7 episódios.
Fernando Jácomo é analista de sistema e entusiasta em História. Para ele, justiças demandam também novas políticas sociais. Mesmo sendo de longo prazo elas podem resolver mais do que qualquer panelaço.
Confira o trailer de The Keepers:
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