Novo longa está em cartaz - Review sem Spoilers.
Por Fernando Jácomo:
Confesso que estava com bastante receio do novo longa da Mulher-Maravilha, porém não sabia direito dizer o que era.
Inicialmente justificava esse "receio" com a estética adotada em "Man of Steel" ou "Batman vs Superman", mas lembrei que havia gostado dos filmes apesar da "identidade" e furos de roteiro que os filmes apresentaram. Depois achei que o trailer não havia me agradado - era muito CGI. Entretanto lembrei que Guardiões da Galáxia 2 e toda a franquia Marvel está recheada de cenas com bonecos feitos em CGI e fundos brilhantes - e isso nunca havia me incomodado.
Foi quando me permiti ser envolvido pelo "laço da verdade" e me questionei desse "receio". Descobri que poderia haver uma condicionante a mais: o preconceito. "Eu, machista? Imagine, participo de discussões, sou a favor das passeatas, apoio o papel da mulher em situações de superioridade (para compensar as centenas de anos de retrocesso social)..." mas para mim, reconhecer que ainda havia preconceito, era mais difícil: ainda sou homem.
Ao fazer o exame de consciência, me enchi de expectativa e decidi ir de coração aberto para o cinema. E logo de cara nos deparamos com Robin Wright (de House of Cards). Sim, aquela atriz que interpreta a incrível Claire Underwood e que colocou a Netflix na berlinda dizendo: "minha personagem e eu somos igualmente relevantes ao personagem e figura de Kevin Spacey, por isso, me paguem igual à ele ou levo à público isso". (Truco!)
O "machismo velado" surge como uma pulga atrás da orelha de nós homens, que precisamos de constante auto-exame para evoluirmos. E que delícia saber que naquele momento, nos primeiros minutos de Mulher Maravilha, o meu ego machista velado seria fatiado com a espada afiada de uma amazona.
E o filme proporciona esse prazer - masoquista para nós homens - mesmo com o CGI carregado e exagerado demais, Diana surge empoderada em mais de 2 horas de filme, em um roteiro bem contado pautado na "Jornada do Herói" de Joseph Campbell. A heroína inverte os pólos no mundo dos heróis cinematográficos e se reafirma como um exemplo de luta feminista - tal qual sua origem. Muito mais do que isso, ela se torna uma figura de respeito, admiração e conscientização em uma mulher que, mesmo vivendo isolada em uma ilha, está na realidade à frente do tempo.
Esse era um filme mais do que necessário e acredite, Mulher-Maravilha pode sim dar uma bela surra no Superman... fácil!
Nota [1-5]: 4,0
O melhor: A história é bem contada e possui ótimas cenas de ação;
O pior: O CGI do 3D pode incomodar e algumas cenas/situações são questionáveis quanto a forma como foram contadas (como por exemplo, a luta final);
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